Tenho a dizer

Tenho a dizer das vestes do vento
Da tarde inventada no parapeito
Da sombra ao aproximar com jeito
Palavra parabólica, réplica de relento.

Tenho a dizer das fontes o acento
Circunflexo de um rio que ajeito
No marulhar bucólico como preito
À tarde no odor que apascento.

Enquanto teu monologar de preceito
Vence arestas de amor suavizadas no peito
A embalar berços de frutos que acrescento

Aos luares imaginários espalhados pelo leito
Às metamorfoses e estrofes de perfeito
Semblante que rasga galáxias de pensamento.

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