Amor


Não há poesia que reste
Ao fingimento desvelado
Nem morfina que baste
Ao coração destroçado.

Porém há luar que veste
Noites de céu estrelado
Qual diamante de engaste
Em tons rosa-apaixonado.

Amor nasce cardeal Oeste
Coração de espuma debruado
Na amurada que ousaste
Beijar um beijo enamorado.

Refém dos poemas que deste
Estas quadras inspiraste
Para ficar enclausurado
Na liberdade de ser amado.

Não há cosmo que moleste
Furor de abraço desejado
Nem mar longe que afaste
Rimas de poemas a teu lado.

Vem manhã, centelha de leste,
Traço de paisagem efeminado,
Descalço piso onde passaste
Lonjura de caminho caminhado

Sem comentários: