Fio de distância

Na essência de um fio de distância
Namoro teu corpo virgem de poente
Na volatilidade do éter envolvente
Num tempo maduro de circunstância.

Ao cair da noite dou passos sem importância
No longe velejar da sucessão do presente
A emprestar oceanos a toda a gente
Para haver palavras em gesto de abundância.

Não há tarde que una o que é ausente
Nem triangulação de fios em concordância
Com as vestes insólitas da minha redundância.

Envolto no horizonte só vai o sonho à frente
A desfolhar ventos na guarita da observância
De uma página epistolar de esperança

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